sábado, 9 de novembro de 2013

VISITA AO CÓRREGO FUNDO INAUGURA O " NOSSA LAJE".




O Vereador Marcelo Carreiro iniciou nesse sábado uma série de visitas às comunidades rurais de nosso Município. A primeira localidade rural foi o Córrego Fundo.  A visita, ao todo, se iniciou às 10h e terminou às 17h 30 min, com direito a almoço na Comunidade. Não por acaso  o Córrego Fundo foi a primeira  nessa nova série de visitas : Há ali um antigo problema relacionado à água  que abastece  a comunidade.Retificando: dois entraves a serem superados em busca da melhoria da qualidade de vida da comunidade, todos ligados ao sistema de abastecimento de água potável e o segundo atinente à  água que chega às torneiras dos cerca de cento e sessenta moradores da vila do Córrego Fundo(ou Anapiê, no local onde se encontra o pequeno grupo de residências populares).

ÁGUA QUE ABASTECE A COMUNIDADE

Água tal como sai do reservatório da comunidade.
O primeiro é a qualidade da água que sai do reservatório de dez mil litros que abastece as casinhas populares e outras próximas. São quarenta casas. Para se ter uma ideia,  quando foi instalada a caixa d'água havia dezessete residências no local, há nove anos atrás. A água é visivelmente barrenta, e chega às  pias e tanques das residências, conforme verifiquei em duas delas, depositando partículas sólidas nas mãos, espécie de "pó preto", facilmente verificado em uma pequena quantidade de água ao se retirar a torneira em um tanque, ficando entre as mãos as partículas sólidas. 
Estado de Conservação do reservatório é precário
Os moradores a utiliza para lavar roupas e louças, mas as roupas brancas não lavam com a água barrenta. Moradores mais próximos de uma caixa d'água de mil litros com água potável  cedida por um morador, que mantém uma bomba alimentada por um relógio cuja energia elétrica é do Município. Portanto, nem para tomar banho essa água serve. Dona Zulmira, moradora desde que foram cedidas as residências populares, assumiu que nem o rosto lava com tal água.
Em outra residência, pude constatar a separação das roupas brancas das de cores mais escuras, e a utilização da água potável que a dona de casa buscou na caixa comunitária. "Não faço comida para minhas crianças  e nem lavo nada de comer com essa água", complementa a moradora que preferiu não se identificar.
Não há a adequada manutenção do reservatório como está explícito. Houve uma limpeza da estrutura interna há cerca de três meses, mas não solucionou o problema da água suja que adentra nas residências.
O Poço artesiano que alimenta o reservatório fica próximo a uma das ruas da comunidade. E não se sabe sobre sua manutenção. Mas o problema parece não estar o poço, nem tampouco no reservatório, embora em mau estado de conservação, ou nas caixas d'águas domiciliares. Prova disso foi o desencaixamento da água antes de chegar à Comunidade, do alto de um morro. É visivelmente barrenta.


ÁGUA POTÁVEL É CEDIDA POR MORADOR

Foto próxima ao reservatório e comunidade 
Sr.Paulo, ex-metalúrgico casado com Dona Ana, natural do lugar, há nove anos retornou a Laje do Muriaé após ter se aposentado. Ele relatou e acompanhou todo o transcorrer da visita. Uma nascente de água potável em sua propriedade alimenta uma caixa d'água de mil litros que está localizada em via pública, onde os moradores da localidade peregrinam diariamente em busca do bem mais precioso da vida. Muitos inclusive tomam banho, lavam roupa, escovam os dentes  com essa água( os que residem mais próximo, pois teriam que praticamente o dia inteiro ficar transportando água para suas famílias). Tal fato ocasiona um constante ato de ligar e desligar a bomba, pois o consumo das antes dezessete casas atualmente torna o sistema inviável. 
Quando necessita de sair para realizar atividades na zona urbana e viajar, por exemplo,  a Itaperuna ou outra localidade,deixa as chaves de acesso a sua propriedade, pois o registro que liga a bomba encontra-se em sua varanda. Ressalta que não recebe e nem deseja receber nada em troca, mas está sobrecarregado com a maneira como vem funcionando o abastecimento de água potável e, principalmente, o abastecimento domiciliar.
Sr. Paulo sente-se responsável por toda a comunidade, pois fornece toda a água potável de seu poço, e confessa estar preocupado, pois nos últimos anos a vazão de água vem diminuindo em decorrência do regime de chuvas na região. Embora o Município forneça a energia elétrica para a bomba, tornou referência na comunidade. Considera-se sobrecarregado pelos anos que vem voluntariamente realizando serviço de necessidade pública, e o Poder Público pouco faz para solucionar o problema. Em alguns pontos da conversa, mostra-se sem perspectivas de ver tal quadro solucionado.

SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE  E ENGENHEIROS JÁ VISITARAM O LOCAL

Segundo a comunidade, autoridades municipais providenciaram a limpeza do reservatório. Quando perguntados se há visitas de agentes de endemias, disseram que não. A Agente Comunitária local atende muito bem toda a população(Luzia Barrigossi).
O Então Secretário de Meio Ambiente e Engenheiro Vinícius Alberoni chegou a visitar a Comunidade, conforme relatos de moradores. 
Sabemos que o Município conhece a problemática. Moradores dizem que vão até lá e tiram fotos, anotas algumas coisas e vão embora. "Queremos ver isso resolvido", afirma uma moradora.

ÁGUA DO CÓRREGO FUNDO FOI OBJETO  DE BRILHANTE ESTUDO ACADÊMICO DE UNIVERSITÁRIA LAJENSE

Érica Moraes Analisou a água do Córrego Fundo e a comparou com a coletada no Bairro Nova Laje

O objetivo deste estudo foi analisar a qualidade da água de duas minas no município de Laje do Muriaé, RJ, e informar a população quais malefícios podem ser causados à saúde se esta for utilizada sem tratamento adequado. Foram aplicados 61 questionários socioepidemiológicos para esclarecer o grau de conhecimento da população de cada localidade sobre a água consumida. Para a análise, utilizou-se a técnica dos tubos múltiplos, objetivando a obtenção de dados quanto à presença ou ausência de coliformes fecais e/ou totais nas amostras coletadas. As amostras foram coletadas mensalmente, durante 12 meses. Os resultados obtidos através dos questionários mostraram que a água utilizada com freqüência pela maioria da população na zona rural do Córrego Fundo vem da mina em estudo (90%) e não recebe tratamento. Já na localidade do bairro Nova Laje, a água consumida (100%) não é da mina em estudo, mas sim do rio Muriaé, e recebe tratamento pela concessionária estadual. Boa parte da população do Córrego Fundo não ferve a água antes de beber (67%), e no bairro Nova Laje todos os entrevistados (100%) disseram não ferver a água antes de beber. Quando questionados sobre quais sintomas tiveram nas últimas semanas, pode-se constatar que na zona rural Córrego Funco 30% dos entrevistados tiveram náuseas, e no bairro Nova Laje 25% tiveram diarréia. Os resultados obtidos na análise microbiológica apontam um alto nível de contaminação por coliformes na zona rural Córrego Fundo, enquanto no bairro Nova Laje, foi encontrada contaminação apenas por coliformes totais e somente no último mês de coleta.
Fonte: Resumo do Estudo Acadêmico. Érica Moraes e outros.

É o vereador visitando as Comunidades no Projeto "Nossa Laje ".

A próxima Matéria  será sobre o sistema de esgoto, saneamento básico e destino final dos resíduos domiciliares do Córrego Fundo.









Um comentário:

  1. Parabéns Marcelo pela iniciativa, quando eu estive na localidade a população sentia que estavam sendo abandonados pelas autoridades, pois eram tantos problemas que enfrentavam. Problemas estes de saneamento básico, que é direito de todo e qualquer cidadão. Fico feliz em saber que essa população esta sendo ouvida e que tem pessoas lutando pra que vivam com dignidade. Meu trabalho de conclusão de curso na faculdade poderia ter sido sobre qualquer coisa e realizado em qualquer outro lugar, mas achei importante fazer algo que pudesse ajudar minha cidade de alguma forma. Espero que as autoridades tome providências emergências para melhorar a qualidade de vida daquela população.
    Érica Moraes

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