segunda-feira, 16 de junho de 2014

ARTIGO: UMA RESENHA SOBRE ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E O PROCESSO ELEITORAL

Aparentemente, portar-se eticamente, da mais simples a mais extremada manifestação, tem sido não mais regra, mas exceção. Na administração dos recursos públicos, tem sido praxe esquecer-se desses princípios ao gerenciar os interesses o dinheiro do Povo. A Ética pessoal deve balizar qualquer situação fática, por mais difícil que seja dizer "não". Dessa forma, não seria custoso ao agente público manter-se honesto quando administra interesses alheios. 

Talvez fosse mais fácil (e com mais argumentos) falar da falta de Ética, de seus desvios, principalmente na Gestão Pública. Na administração da coisa privada, manter-se probo é importante; na Administração pública, é fundamental. Não é nenhuma heresia afirmar que uma pequena parte dos administradores públicos carece de peias éticas para a consecução do interesse público, em sua essência.

Quais princípios ainda prezamos? Que Estado queremos? A afirmação da Democracia Social no Brasil se deu a duras penas, e parece que estamos perdendo tal conquista, a mesma conquista que levou muitos de nossos companheiros aos porões da ditadura, e outros a serem expulsos de nosso país por defender ideais tão nobres. O Estado que a Democracia solicita é o Estado responsável, primeiramente, pela garantia dos direitos da população, sob pena de nos despedirmos da Democracia Social no Brasil. Um Estado Democrático é um Estado norteado por metas sociais, entre as quais a Economia e suas vertentes precisam ser observadas, pois administrar uma Nação requer um planejamento econômico apurado, possibilitando ganhos sociais à coletividade. Por  muito se propaga acerca da doutrina liberal, e os comentários sobre o neoliberalismo, e sobre Estado Mínimo (princípio que deu origem a essa doutrina) são pertinentes, pois vinculados estão da Administração pública esse debate, até porque muitos insistem em dizer que o ideal Neoliberal tende a cair por após a estremecida financeira pela qual vem passando o mundo após a crise do subprime nos Estados Unidos em 2008, possivelmente marco final da tendência mundial da quase completa falta de regulação econômica por parte do Estado (ainda a fazem através de agência reguladoras pouco efetivas no controle da iniciativa privada e do mercado). 

Para a perfeita analogia dessas colocações ao tema em comento, faz-se necessário mencionar que o próprio Estado afasta-se dos princípios Ético-morais pautados para a Administração da Coisa Pública, porquanto o Estado, em si, um ente abstrato, formado pelo contingente populacional somado a um território e a outros elementos que tornam os seres sociais afins, tem permitido autoridades públicas possam deixar, pela omissão ou pelo descaso, de punir exemplarmente aqueles que apresentam desvio de conduta na administração dos interesses públicos e sociais. Trocando em miúdos, carecemos de Ética na consecução do interesse público, pois agentes imorais têm encontrado refúgio na Gestão Pública, inclusive respaldado pelo voto, referendado pela população que o reelegeu.

Não queremos acreditar na voz geral dos mais recentes estudiosos da Democracia moderna, que preceituam que a morte do sistema já se deu a partir do momento em que as massas se deixam manipular, geralmente em períodos eleitorais. Podemos dizer que a manipulação ocorre a todo tempo, através da imprensa, que direciona o que absorveremos de informação, da escola, que deixa de formar para a vida (e até mesmo para o mercado de trabalho, quando se abstém de prestar um serviço público no qual a aprendizagem seja eficiente), mesmo encontrando vozes que ainda dizem que formar para a vida é papel da família ;no próprio governo, que cria mecanismos que, na prática, retorna com a censura, na falta de acesso à justiça e na abstenção do direito de punir, quando vemos criminosos saírem ilesos ao cometer os mais lesivos crimes contra a vida, finanças públicas, Administração Pública, quando se distribui bolsas, auxílios ou algo do gênero; na praxis política( ou politicagem) generalista, aparentemente de governo, não de Estado, dando azo a discursos eleitorais(ou eleitoreiros). Democracia, para muitos, sequer existiu.

Estamos próximos de mais uma eleição. Não nos afastemos do debate. Certamente, é o que os mandatários desejam: o povo alheio às mais importantes questões nacionais. Participemos e exerçamos nossos mais caros direitos como cidadão, contribuindo para o processo político-eleitoral. Ética na Política? Talvez não a vejamos, mas nem por isso devemos estar alheios ao debate. É nossa forma de contribuir para o futuro de nossa Nação e de nosso Estado.

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